sábado, 24 de outubro de 2009

sobre o happening

..." o artista que participa de um happening, procua na ação a sua cosmogonia. Reinventa o mundo ao tomar contato com ele. Não obedece a uma regra. Não há dúvida de que a sua ação é condicionada pelo subconsciente coletivo, que é a sua força motriz, mas pode dizer-se que a equação homem/mundo é uma equação aberta, à qual cada happening traz uma nova e evolutiva solução. O happening tenta desapertar o nó labiríntico do Real".

..."(o happening) não tem começo, meio ou fim estruturado. A sua forma é aberta e fluida. Nada se persegue de evidente e, por conseguinte, nada é ganho, a não ser a certeza de um número de ocorrências, de acontecimentos, aos quais se presta mais atenção do que habitualmente. Esses acontecimentos só existem uma vez (ou apenas algumas vezes), desaparecendo para sempre e sendo substituídos por outros".

..." Capturado pelo e no happening, no seu bruto, pré-gramatical, o pensamento permanece livre, não destilado. Procurando-se a si mesmo, o pensamento cria-se. Assim, durante a comunicação intersubjetiva, um fenômeno é produzido: a aparição da "ligação cósmica".

(trechos do livro Happening, de Jean-Jaques Lebel)

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