quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Por fora, tudo é exagero e desproporção. Por dentro, alma navega em águas calmas, tomada por uma certeza que não se explica pela lógica, mas que mesmo assim, alimenta a sensação de que tudo corre bem no melhor dos mundos..

Julyen Hamilton & Barre Phillips

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

adagietto - sinfonia n.o 5 - Mahler

Innomine( 1.a metade) - Leo Kupper - os sons das gentes

um relax - end titles hammett

a interpretação de marilia pera como ref trazida por Stefano

suportes

teremos ajuda, pra quem quiser, de maquiador. ....! ....maquiador???!!!  uau.


outra: amanha verei um acervo de coisas mil. daí eu posto a lista do que nos for liberado.. pra ajudar na construção/montagem de cada um ok.


bjs a todos

MULHER-RABO OU A AGONIA DE UM DESEJO. UMA ODE TORTA COMPOSTA A QUATRO PATAS.






o desejo sufocado pela poluição psíquica!
penso na mulher-rabo como a agonia desse desejo.
e tudo podre em volta.
a agonia do desejo............a agonia do desejo.............
quero visualizar a agonia do desejo.
É como aflição de rato.
A coisa do mofado.
mas no fundo a vida se debatendo.
querendo sair da pele, da casca, da máscara
te vi assim tb,
vc saindo de vc mesma.
o caos na sua auto saturação.
o q vem depois?
nada menos q exato
queda
queda crua
depois desse insuportável!
seca
seca fodida
queda a la Camus...
o humano.
alguns segundos novamente.
mas diferentemente de silence.
lúcifer apareceu assim.
lúcifer é luz!
precisão a tua total.
como diamante.
para um pouco. vou chorar
rs
então silence!
alguns segundos!
e o menino mamando no peito...
mama menino mama na teta mama e cresce.
mama e deixa que a natureza te faça.
modinha em off quase insuportável de ingênua
insuportávelmente lindo!
e vai terminando, pq canta insuportavelmente inteira.
e vai terminando.
e ele/ela maravilhoso vai entrando.
e luz luciferiana
e emenda na lua branca
e na aria do villa lobos.
é que eu tenho estado nessa camada mais doce...
sim.
vivo pelo amor.
é fato.
mister na vida!
e eu sabia, de alguma maneira sempre soube.
o que?
que tudo ia dar certo, exato assim.
quebradeira.
ele vai arrebentar agora nesse momento.
metal, mefístole.
Pronto.
acabou.
mas segue o eterno retorno.
as seduções mundanas apontando...
mulher-rabo na sua paixão-agonia.
o desejo pego pelo rabo!
um taxi confiável e a grana do taxi seria tudo agora.
vai, amada!
rabuda, rabuda,
haha...
hahaha. lapt, lapt.
a agonia do desejo.
o desejo sufocado pela poluição psíquica!
e tudo podre em volta...
fala.
diz.

domingo, 25 de outubro de 2009

fragmento de corpo na praça roosevelt

maneca19

corpo santuário de água

Aquacefalo from Flavio Reis on Vimeo.

O CORPO SANTUÁRIO

"O corpo, pode-se dizer, se tornou o único abrigo e santuário da continuidade e da duração; o que quer que possa significar o 'longo prazo', dificilmente excederá os limites impostos pela mortalidade corporal. Esta se torna a última linha de trincheiras da segurança, expostas ao bombardeio constante do inimigo, ou o último oásis entre as areias assoladas pelo vento. Donde a preocupação furiosa, obsessiva, febril e excessiva com a defesa do corpo. A demarcação entre o corpo e o mundo exterior está entre as fronteiras contemporâneas mais vigilantemente policiadas. Os orifícios do corpo (os pontos de entrada) e as superfícies do corpo (os lugares de contato) são agora os principais focos do terror e da ansiedade gerados pela conscência da mortalidade. Eles não dividem mais a carga com outros focos."

BAUMAN, Zygmunt. "Modernidade Líquida"

HILAN COMO A HARÁCLITA QUE SOLTA SANGUE PELAS DOBRAS


a heráclita na praça dos transformistas - a mulher que solta sangue pelas dobras já que tudo é luta; é uma transformista que está caquética, está vendo os lagos estorricarem e o poeirão alagar há milênios, mas nunca deixou de flutuar e nem deixou a experiência concluir e nem parou de menstruar.




arena a: festivaia - gb de Torquato Neto

introdução ad libitum
para coral misto fotogênico


vocês não têm outro rosto
vocês conhecem
o melhor caminho do poço
(lusco/reembolso
fosco = total: O
alegre animal circunda)
vocês não têm outros dedos
vocês inventam          beira mar
sim
os grandes bailes do medo
(segre do gam o morcego
& escovam os dentes
da bunda)


I
solista com guitarra e luvas
eu sou                                  terrível
                                            tível
eu sou                                  horrível
                                            ao nível              sim
eu sou                                  incrível              &
                                            cravo!        e-eu
sou                                       o fim da picada
                                            (alô, moçada)
do outro lado da corda
qualquer platéia me agrada



sábado, 24 de outubro de 2009

UMA PARTIDA DE XADREZ - T. S. ELIOT - de onde vem o DEPRESSA POR FAVOR É TARDE


Sua cadeira, como um trono luzidio,
Fulgia sobre o mármore, onde o espelho
Suspenso em pedestais de uvas lavradas,
Entre as quais um dourado Cupido espreitava
(Um outro os olhos escondia sob as asas),
Duplicava as chamas que nos sete braços
Do candelabro ardiam, faiscando
Sobre a mesa um clarão a cujo encontro
Subia o resplendor de suas jóias
Em rica profusão do escrínio derramadas;
Em frascos de marfim e vidros coloridos
Moviam-se em surdina seus perfumes raros,
Sintéticos ungüentos, líquidos e em pó,
Que perturbavam, confundiam e afogavam
Os sentidos em fragrâncias; instigados
Pelas brisas refrescantes da janela,
Os aromas ascendiam, excitando
As esguias chamas dos círios, espargiam
Seus eflúvios pelo teto ornamentado,
Agitando os arabescos que o bordavam.
Emoldurada em pedras multicores,
Uma enorme carcaça submarina,
De cobre revestida, latejava
Revérberos de verde e alaranjado,
Em cuja triste luz um delfim nadava.
Acima da lareira era exibida,
Como se uma janela desse a ver
O cenário silvestre, a transfiguração
De Filomela, pelo bárbaro rei
Tão rudemente violada; embora o rouxinol
Todo o deserto enchesse com sua voz
Inviolável, a princesa ainda gemia,
E o mundo ela persegue ainda,
"Tiu tiu" para ouvidos desprezíveis.
E outros murchos vestígios do tempo
Sobre as paredes o passado evocavam;
Expectantes vultos recurvos se inclinaram,
Silenciando o quarto enclausurado.
Passos arrastados na escada. A luz
Do fogo, sob a escova, seus cabelos
Eriçavam-se em agulhas flamejantes,
Inflamavam-se em palavras. Depois,
Em selvagem quietude mergulhavam.
"Estou. mal dos nervos esta noite. Sim, mal. Fica comigo.
Fala comigo. Por que nunca falas? Fala.
Em que estás pensando? Em que pensas? Em quê?
Jamais sei o que pensas. Pensa."
Penso que estamos no beco dos ratos
Onde os mortos seus ossos deixaram.
"Que rumor é este?"
O vento sob a porta.
"E que rumor é este agora? Que anda a fazer o vento lá fora?"
Nada, como sempre. Nada.
"Não sabes"
Nada? Nada vês? Não recordas
Nada?"
Recordo-me
Daquelas pérolas que eram seus olhos.
"Estás ou não estás vivo? Nada existe em tua cabeça?"
Mas
O O O O este Rag shakespeaéreo
- Tão elegante
Tão inteligente
"Que farei agora? Que farei?
Sairei às pressas, assim como estou, e andarei pelas ruas
Com meu cabelo em desalinho. Que faremos amanhã?
Que faremos jamais?
O banho quente às dez.
E caso chova, um carro às quatro. Fechado.
E jogaremos uma partida de xadrez, apertando olhos sem
pálpebras
A espera de uma batida na porta.
Quando o marido de Lil deu baixa, eu disse
- Não sabia então medir minhas palavras, eu mesmo disse
a ela
DEPRESSA POR FAVOR É TARDE


gás hélio

«Descobri que o que faço é MÚSICA e que MÚSICA não é "uma das artes" mas a síntese da conseqüência da descoberta do corpo.»

sobre o happening

..." o artista que participa de um happening, procua na ação a sua cosmogonia. Reinventa o mundo ao tomar contato com ele. Não obedece a uma regra. Não há dúvida de que a sua ação é condicionada pelo subconsciente coletivo, que é a sua força motriz, mas pode dizer-se que a equação homem/mundo é uma equação aberta, à qual cada happening traz uma nova e evolutiva solução. O happening tenta desapertar o nó labiríntico do Real".

..."(o happening) não tem começo, meio ou fim estruturado. A sua forma é aberta e fluida. Nada se persegue de evidente e, por conseguinte, nada é ganho, a não ser a certeza de um número de ocorrências, de acontecimentos, aos quais se presta mais atenção do que habitualmente. Esses acontecimentos só existem uma vez (ou apenas algumas vezes), desaparecendo para sempre e sendo substituídos por outros".

..." Capturado pelo e no happening, no seu bruto, pré-gramatical, o pensamento permanece livre, não destilado. Procurando-se a si mesmo, o pensamento cria-se. Assim, durante a comunicação intersubjetiva, um fenômeno é produzido: a aparição da "ligação cósmica".

(trechos do livro Happening, de Jean-Jaques Lebel)

texto NA ESFERA DA PRODUÇÃO DE SI MESMO do Wally Salomão pra Semerjian ler como quiser




XIII em diante Tenho fome de me tornar em tudo que não sou tenho fome de fiction ficciones fictionários tenho fome das fricções de ser contra ser tudo que não sou ser de encontro a outro ser tenho fome do abraço de me tornar o outro em tudo que não sou me tornar o outro em tudo me tornar o outro a outra douto doutra em tudo em tudo que não sou me tornar o outro de me me tornar o nome distinto o outro distinguido por um nome distinto do meu nome distinto tenho fome de me tornar no que se esconde sob o meu nome embaixo do nome no subsolo do nome o sob nome o sobnome e por uma fresta num abraço contíguo penetra passa habitar o fictionário que me tornei em tudo que feixe de não fixas ficciones sou em tudo por tudo por uma fresta de tudo por uma fresta tudo se fixa por uma toda por uma toda fresta as fixações penetram passam a habitar o ficcionário que me habituei em ME me ME tornar em tudo todo o TUDO personas personagens bailes de máscaras reais que pessoas que penetram que pessoas penetram pelas frestas e num abraço contínuo se casam fazem casa e se inscrevem e se incrustam máscaras moluscas no meu rosto me tornar uma escala crescente milesimal centesimal decimal inteira a face dum baile de máscaras reais vir a ser este fictionário que não sou me casar que ainda AINDA que não sou e que sou sempre sempre quando quando sempre tenho fome qual a escala crescente ou decrescente pra saber se um milésimo centésimo décimo inteiro todo ou fração todo meu fictionário ser se revelou no abraço contínuo contíguo em que se desvelou tornar tudo tenho fome de me tenho fome de de de tornar EM tudo que não sou EU esta pessoa que está aqui falando na primeira pessoa eu do singular esta pessoa singular que sou eu pronome pessoal irredutível enquanto pronome mas que mas que se esconde se expande se estende sob o embaixo do no sub solo do pronome eu pessoal irredutível e é qualquer coisa além aquém qualquer alter outrem outra coisa além aquém alter outrem que mora no subsolo do pronome pessoal eu um sob pronome qualquer dia destes passo pra te ver gosto de te como você nem imagina nem fictiona nem funciona sem teu fictionário pra imaginar e é uma alegria muito grande não tenho de que me queixar é uma alegria muito grande estar aqui entre pessoas boníssimas é uma alegria muito grande conviver com vocês todos neste dado neste dia dado em que uso da palavra pra me dirigir em agradecimento a todas as pessoas boníssimas bonissíssimas que me acolhem sempre na maior alegria me acolhem me aquecem é uma grande alegria é uma alegria muito grande não tenho do que me queixar é uma alegria muito estar fruindo entre pessoas boníssimas melhor dizendo bonissíssimas neste dado neste dia dado em que uso tenho o que não sou para meu uso e com o mesmo fuso fundo de fundar fundo de fundar fundo de fundir e com o mesmo fuso fundo a fome e a saciez num mesmo uso eu fundo e não sou tudo que uso tenho fome de me tornar tenho fome de me tenho fome de tenho fome tenho um funditionário fundicionário fruicionário confitionário friccionário e das fricções de fiction que sou com a fiction que não sou me aqueço me aquece me dá calor me acalece mas que fiction sou e que fiction não sou se me componho do que fundo do que se funde do fundido do confundido se o que não sou é uma composição que compunge o que não sou e é uma grande alegria quando quando me tornar o que não sou e o NÃO e o negro e o negativo e a noite e o vir a ser e o me tornar e o me tornar e o futuro e o passado e o fundido fundido no presente deste dia dado que toco deste dia dado que me toca tenho de me tornar em tudo que toco e o que me toca deste dia dado e nada nada nada – pode deixar passar de leve o vento por entre as frestas dos meus dedos que posso deixar passar de leve o vento por entre as frestas dos seus dedos que nada se esconde sob o nome da palavra NADA nada nada – os passosos passos
leves
do ventoos passos leves do ventopor entrenos interstícios
- Waly Salomão, revista Navilouca.


modinha cantada.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

mulher-rabo




uma possível leitura da personagem:
o mundano caótico e suas seduções infernizantes.

nós todos transformistas

Somos muitos nessa. estava falando com Hilan hj, q não viu ninguém ainda mas nós podemos vê-lo no YT, e vem tb nalgum momento talvez como ( procurar no you tube por elizabeth costello: transgêneros literais e literários (1))  eu dizia que todos nós somos transformistas nessa encenação, nessa brincadeira. seremos uns quinhentos aqui.
na desordem:
vanderlei lucentini, o mestre das camadas sonoras gerais, o condutor desse corpão que taa virando nosso circoeletromusical
vicente adorno, quem fala da marca da maldade do velho zuza e das cançoes todas como quem borda, escreveu a narrativa O Homem Emparedado que dá os tonais pra nossa cena geral em tempo
guilherme isnard q chegou com tudo, explorando a garagem, os sons, as gotas, as luzes, deu seu pragmatismo sensível na escolha quase definição do cenário q já é a praça, nomeou pilares, grelhas, apontou entradas, espaço de trânsitos e trouxe  iluminação por moto, lâmpadas. o visual será forte.
ale rennar, artista pleastico, aderecista que sabe como fazer um rabo q dance com fiozinho invisível amarrado no dedo da mão, uma cabeça de pássaro, e trouxe o FOGO!  
daniel fagundes o iluminista com mãos de luz a clarear o q sentir as faces os olhos de outros o nada busca segue se antecipa

andrea inforzato q dará a luz na questão organizacional de listas e estruturas de rede
stefano cunha, nem sei o q dizer, ele cantando aqui no quintal , ouvimos adorno eu e guilherme aquela voz belíssima com os falcetes mais originais q vi, lua branca, ária do villa lobos, moreninha se eu te pedisse, tocante forte doce sensível demais da conta. será o transformista em toda a representação de um transformista
fafi prado como a mulher-rabo essa moça cuca forte e mãe total do guido sairá da toca e já me mandou referências q deus meu será o capeta no concreto da roosevelt sobre o palquinho (?) com projeção sobre a poça logo na base com criaturas saindo e tals uau ah e em alguns desses momentos dois homens encapuzados de couro com fogo nas mãos - gui e ale ha
julio cesar doria como o curupira q zanza e ri e baila e atiça e anuncia e corta e sapateia ao som das gotas pesadas e tb algumas narrações

edu semerjian voz poderosa técnica q esgota o corpo fará as narrações talvez tb junto das camadas sonoras ditas num passar de passos de meaquinas de sopros do estômago e tb verbo de fausto de velho de gente

felipe ribeiro como o cabeça-de-pássaro entrando com a viloa caipira do brasil profundo q só e sei q vai pro noise e sabe-se lá se canta se diz se mostra
jesum biasin o debussy do maracatu na percussão suave e finíssima dele q entra junto das camadas sonoras de mr lucentini
edu negrão guitarra com apedaleira com um pedal de cada lugar do mundo rasgos nuances o ou q mais sentir
flavio reis comandará as projeções e td relativo a visual digital e tal com toda propriedade porreta
bel goudart  fotografará e já contribui ajuda aponta vem


ale galasso já quis ser a mulher-que-recolhe-panos mas não será na roosevelt pelo menos pq não caberia, é um outro tempo, então pra não ficar com o estômago fodido quer fazer uma preparação básica de voz pra verbear um pouco talvez


nivea ela vem.. performar com suas manecas

marinês calori preparação dos corpos e das almas pra quem quiser mãos de fada olhos de águia

rafael adaime filmará lindamente com olho sensível e está aqui junto mais mil
marcelo amorim deu aquele suporte pro início agonizante meu amigo amado e está junto



YES, WE CAN

a frase de Eliot, em Uma Partida De Xadrez, DEPRESSA POR FAVOR É TARDE traz a iminência do desmoronamento como na curva de derrida, ou uma urgência da transformação na ação das pequenas almas como em deleuze rs, sempre no agito no campo da imanência. um estado em tensão no limite do corpo, num espaço/tempo curtíssimo. prestes a. essa frase carrega assim os vetores difusores/projetantes da situação prestes a implodir ou explodir de O HOMEM EMPAREDADO, UMA VISÃO DE COMO O SER HUMANO PERDEU O SENTIDO DO SAGRADO E SE PERDEU NO CAOS URBANO, narrativa quentíssima de nosso! Vicente Adorno que dará o fio tonal pra essa nossa encenação no satyrianas.